Clair Obscur 33 e a Filosofia Japonesa

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Arte conceitual ou captura de tela de Clair Obscur: Expedition 33
Clair Obscur: Expedition 33 promete um combate estratégico e desafiador. (Crédito: Sandfall Interactive)

Notícias Publicada em data atual por Adolfo A. Coradini

Em um cenário de RPGs onde a acessibilidade muitas vezes suaviza as arestas do desafio, Clair Obscur: Expedition 33 surge com uma proposta ousada. O diretor do jogo, Guillaume Broche, da Sandfall Interactive, decidiu abraçar uma filosofia de design que ele mesmo descreve como "muito japonesa", focada na satisfação pura de superar obstáculos aparentemente intransponíveis.

Em uma entrevista reveladora ao site japonês Denfaminicogamer, Broche detalhou como seu estúdio francês se inspirou na mentalidade dos JRPGs clássicos e em títulos de ação desafadores como Sekiro: Shadows Die Twice. A conversa, que contou também com a participação do veterano da Capcom Hiroyuki Kobayashi, pintou um quadro claro: este é um jogo que não tem medo de testar os limites do jogador, mas sempre de forma justa.

A Busca pela Superação

Broche expressa sua paixão pelo gênero de forma pessoal: "Uma das razões pelas quais amo JRPGs é justamente essa experiência de enfrentar algo extremamente difícil e, eventualmente, superá-lo", confessou. "Mesmo que me digam que é impossível, eu insisto. Posso tentar por três dias seguidos. E na hora que a vitória chega, a sensação de poder é avassaladora. É irresistível."

É essa emoção que a equipe da Sandfall busca replicar. O jogo apresenta um sistema de combate por turnos meticuloso, onde a observação, o timing para contra-ataques e a antecipação dos padrões dos chefes são cruciais. Kobayashi comparou a experiência a uma versão de Sekiro "de boina e cigarro", destacando a profundidade tática que permite até mesmo desafiar o chefe final no nível 1, desde que o jogador domine perfeitamente as mecânicas.

Dificuldade Justa, Maestria Recompensada

O ponto mais interessante da filosofia de design, porém, é o seu duplo aspecto. Se por um lado o jogo pode ser brutal, por outro ele é construído sobre um pilar de justiça absoluta. Broche revelou um critério interno rigoroso durante o desenvolvimento: "Durante a fase de design, nossa pergunta era sempre: 'Um jogador habilidoso pode derrotar este chefe usando essa mecânica sem tomar nenhum dano?' Se a resposta fosse 'não', simplesmente descartávamos aquela ideia desde o início."

Isso significa que Clair Obscur: Expedition 33 foi planejado para ser um jogo que pode ser zerado sem receber um único golpe. A dificuldade, portanto, não vem de números inflados ou ataques impossíveis de desviar, mas de padrões complexos que podem ser aprendidos e dominados. O desafio se transforma em um diálogo entre o jogador e o jogo, onde a recompensa pela persistência e pelo aperfeiçoamento da habilidade é a vitória incontestável.

Para os fãs de RPGs táticos que anseiam por um teste de verdadeira perícia, onde cada vitória é uma conquista pessoal, Clair Obscur: Expedition 33 parece estar se moldando como um título obrigatório. A Sandfall Interactive demonstra que a lição dos mestres do design japonês foi bem aprendida: o verdadeiro prazer está não apenas em vencer, mas em se tornar bom o suficiente para vencer com maestria.


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