Sega anuncia uso de IA em jogos com cautela, más até quando?

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Logotipo da Sega em fundo azul vibrante
A Sega, criadora de ícones como Sonic, traça seu caminho cuidadoso com a IA.

Notícia Publicada em 07/12/2025 por Adolfo A. Coradini

A onda da inteligência artificial está batendo às portas dos grandes estúdios de games, e a resposta da Sega chegou com um tom de equilíbrio. Em uma recente sessão de perguntas com investidores, a histórica empresa japonesa confirmou que pretende incorporar a tecnologia de IA em seu processo de desenvolvimento, mas fez uma importante ressalva: a adoção será feita com extrema cautela, especialmente quando o assunto toca a esfera criativa.

A declaração surgiu como resposta a uma questão sobre a tendência do mercado de produzir jogos cada vez maiores e mais complexos. Em vez de simplesmente embarcar nessa corridia por escopo, a Sega afirmou que também buscará eficiência por meio de novas ferramentas. "Além de acompanhar a tendência de desenvolvimento em larga escala, buscaremos melhorias de eficiência, como o uso de IA", explicou um representante da diretoria. "No entanto, como a adoção de IA pode encontrar forte resistência em áreas criativas como a criação de personagens, vamos proceder avaliando cuidadosamente os casos de uso apropriados."

Cena do jogo Persona, uma das grandes franquias da Sega
Franquias como Persona dependem de personagens profundos e narrativas únicas.

Essa posição reflete um debate maior que está agitando a indústria. Enquanto alguns líderes defendem a IA como uma ferramenta inevitável e já presente, outros enxergam limites claros para sua aplicação. Tim Sweeney, CEO da Epic Games, já declarou ser seguro presumir que a maioria dos jogos futuros será criada em parte com IA, e que plataformas como a Steam não deveriam nem sinalizar quando a tecnologia é usada.

Do outro lado do espectro, a Take-Two Interactive, responsável pela série Grand Theft Auto, já expressou ceticismo sobre a capacidade de uma IA criar um título complexo como GTA do zero, enfatizando o valor insubstituível do toque humano.

A IA como ferramenta, não como substituta

O posicionamento da Sega parece caminhar por um meio-termo pragmático. A empresa não se opõe à tecnologia, mas enxerga seu uso ideal em funções de otimização e suporte, liberando os desenvolvedores para focarem no que fazem de melhor: a criação. Processos repetitivos, testes de otimização e geração de recursos secundários são citados como áreas onde a IA pode acelerar a produção sem esbarrar na "forte resistência cultural" que a empresa reconhece.

A menção específica à criação de personagens é significativa. A Sega é guardiã de franquias com elencos icônicos e profundamente humanos, como os heróis e vilões de Yakuza/Like a Dragon, os personagens carismáticos de Persona e o próprio Sonic the Hedgehog. Entregar a concepção desses ícones a um algoritmo parece ser uma linha que a empresa não está disposta a cruzar.

Ainda assim, a realidade do mercado avança. Jogos inteiros já foram produzidos predominantemente com ferramentas de IA, e o recente ARC Raiders da Embark Studios utilizou a tecnologia extensivamente para a criação de sua trilha sonora, algo que recebeu tanto elogios quanto críticas.

O futuro que a Sega parece estar preparando é aquele em que a inteligência artificial atua nos bastidores, como um assistente poderoso que agiliza o trabalho técnico, enquanto a magia da narrativa, a alma dos personagens e a visão artística permanecem firmemente nas mãos — e na imaginação — de seus criadores humanos.


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